20060724

Anos 70


A meia-luz
Das boites clandestinas
Onde o engate acontecia e durava atrás de cortinas

O cheiro a mofo
Que o tempo trás consigo
Não perdoa…invade todo o secreto abrigo

Os azares da vida
Não te deixaram amar ninguém
O álcool vicia e não te deixa lembrar de mais ninguém

Se não tens companhia
Às 2 da manhã
Larga o copo e vai-te embora
Enquanto consegues caminhar sozinho

Tantas noites de branco sozinho
Deram-te alguma lucidez
Só bêbados resistem até tão tarde
…porque não se lembram do caminho

As paredes do bar
Com tinta já fora do prazo
Que não ousas mudar porque causa embaraço

Os quadros a óleo
Cobertos de pó
Que criticam o quotidiano burguês sem honra nem dó