20071223

Logo ali...mais um Natal



a mesma indecisão




DAS LUZES
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Fundo-mE

20071208

Depois de tantos encontros marcados,desmarcados, adiados e alterados.
Encontrei-te no acaso de sentir tua uma madeixa,
que vi passar ao longe.
Tinha comigo outros encontros que não marquei,
mas que refilaram quando os abandonei,
precisava de te ver.
E vi,
eu regressava do café esgotado e
tu do teu mundo.
Esperei o abraço habitual que não me deste e
a notar essa ausência dei-te um cenário de sorriso
que inventei no momento.
Disseste qualquer coisa,que não percebi,
mas que te levou para longe de mim, à minha frente.
Há tanto tempo te desejava que me esqueci de dizer.

Não sei se foi por estar tanta gente no largo
que não me acolheste com o teu chá fervente,
vou crer que sim.

Por aqui continuam dois braços que andam sempre comigo,
não para te prender,não quero isso,
os meus braços nunca fariam serventia do teu corpo preso.
São apenas dois braços e
são dois para que tenhas hipótese de escolha.


fotos: carla salgueiro; carlos pereira; n...o in olhares.com

20071203


Ainda não ganho para comprar inspiração.
Aspiro-a das pessoas. É de borla.
Embora algumas tentem elevar o seu preço.
É o vício de mostrar o que não somos.
Entramos na roda viva do círculo vicioso.


Viciamo-nos sem dar conta e como queremos
ter o controlo de tudo e saber tudo,
fazemos curas de "desviciação" para nos voltarmos
de novo a viciar no mesmo.
...mas conscientemente, controlando e sabendo tudo.
mas viciando-se.
Na roda viva do círculo vicioso.

Inspiro-me aí e chega.



Vício

(do latim "vitium", que significa "falha ou defeito")

é uma tendência habitual para certo mal, sendo oposto à virtude.

20071121




Era memória minha de me arrastar de reflexos
passando nos intervalos meus sobre os seixos
indo de bicicleta pelos caminhos
mergulhando desde a areia dos meninos
e voltava à tona respirar
pôr mais na memória para lembrar
mexer-me muito fugir para o monte
e voltar a fugir entre o horizonte

pegava no Outono pelas pétalas dos dedos
que caiam seguidas mexendo nos medos
Lá fora o Inverno à espera para entrar
e contar as histórias que tinha ido buscar
e eu hibernava




Lembro-me de antes viver e andar como se tudo o mais não existisse.
Sim,porque podemos viver sem andar e andar sem viver.
Mas eu vivia e andava como se eu fosse o mais importante.E era.E sou.
Antes de me exigirem que pensasse nas outras e nos outros, pessoas que me atravessaram na frente.Eu era só meu.
A minha bicicleta sabia de cor os caminhos marcados pela erva que escondia as pedras, onde eu encalhava.
Havia estrada de um lado e do lado do outro lado, ao meio erva alta, que escondia pedras.
Já tinha dito que havia erva, mas não disse que era alta e isso faz das pedras escondidas, enormes pedras escondidas onde eu encalhava.
E caía.
E levantava-me.
Re-levantava-me outras vezes...re-...-me...re-...-me
...não gemia. L E V A N T A V A - M E




20071111


Hoje preciso adormecer no meu espaço secreto.
Podes entrar...
não me importo que te tragas na tua presença
e horizontalizes o corpo a meu lado.

Se for isso que tenhas objectivado.

A companhia,
não me dificultará a percepção da lembrança
dos fragmentos que me passam pela mente e me deixam mergulhado.
Contigo a meu lado, sem interferência nas letras das musicas,
melodias de verão, flores de primavera e amores na canção.

Continuas do meu e eu do outro lado de ti,
no verso que me gravou o poeta fingidor,
que me
fragmentou a vida,
para, eu, não a viver toda de uma vez.


Fica aí, imortaliza-te em mim
e quando eu tiver inteiro
abraça-me!






fotos: Inês Sacadura -::{No©as}::- ; Nuno Manuel Baptista

20071030



Guardavas no bolso a escuridão da noite.
Em cada botão que abrias, o sol espreitava por todos os raios,
não podias ver o negro, que lhe mandavas uma puxada de sol em contra-mão.

E ele ia e estacionava fora da visão com medo de ser multado.

À tarde, recolhias tudo dentro dos botões e ias para outra estrada.
Eu ia dormir e ficava ocupado ao contrário, na livre dependência de que te sofro. E sorrio.

Porque amanhã o sol voltará a sair dos mesmos botões.

*fotos by Susana Camões; Amanda Com; AmrDiogo; Nuno Manuel Baptista

Repost: Mudança de hora

Alguém se lembra disto aqui

20071025



Tinha aquele ritmo sabático de iniciante a finalista.
E no folho da mini folhada saia despida,
escondia o que alimentava o desejo dos pandeiros
que pandeiravam pandeireitas com toques de artista
à cortesã da avenida que ritmava a corte.


Os que seguiam os desfile pelo mar levavam
de arrasto o rasto dos pedais das gaivotas e
os que a seguiam pelo ar, julgavam-se donos das estrelas.

Mas a professora do samba seguinte
seguia brilhante nos passos de requinte.
No passo obediente do sambar da avenida
vai ela corrente, em plena conquista



20071009


Talvez um acordar nunca tenha sido tão díficil.
A hesitação, embalava-o para que não despertasse.
A decisão estava tomada.
O despertador deu início à batalha


Decisão vs Consequência


Ao último round saberemos o resultado final.
Mas ele só saberá no dia seguinte, ao comprar o jornal


KO

...do perdedor

20070930

Quando começou a sentir
ele era todo esperança,
ilusão e sonho.
Sentia a chuva do tamanho de uva
que embriagaria em vinho branco do norte.
Sentia a sorte.
Mentia o porte.
Mantia o trote.

Elevava a cabeça olhava de cima
Quando começou a sentir.
O sonho em ilusão e a esperança
que a sorte,
perdesse o norte
saltasse do trote
esquecesse o porte

Quando acabou se sentir
a chuva era apenas passa da uva seca
mas embriagava em célebre vinho do norte.
Mantendo o porte
Morrendo a trote
Abandonado à sorte

20070915

Os Lobos portugueses

Podem considerar que é um desporto elitista e violento. Os leigos não gostam porque não percebem as regras.

Sem se importarem com isso os ”Lobos” de Tomaz Morais e do nosso País lá foram rumo a França disputar uns pontos no Mundial de Raguêbi. São AMADORES num campeonato do MUNDO de selecções cheias e tradição na modalidade (Austrália, Nova Zelândia, Africa do Sul, Inglaterra). Ali somos a Guiné do hóquei patins, o Liecheststein do futebol…somos carne-para-canhão.

Contra a Escócia conquistamos dois ensaios !?! embora um tivesse sido anulado por fora de jogo, não fácil fazer um ensaio num jogo. A aumentar o grau de dificuldade está o facto de os nossos rapazes estarem em licença sem vencimento, serem amadores e o jogo ser frente à Escócia. Para quem não entende, este ensaio valeu mais que o Ricardo Sem-Luvas passasse por toda selecção campeã de futebol com fintas de “cueca” e marcasse golo de calcanhar..

Viram estes nossos PORTUGUESES (sim, há pelo menos 2 luso-argentinos) a cantar o HINO NACIONAL com as lágrimas a correrem pela cara abaixo???

Já agora, viram a Selecção Nacional de Futebol a cantar o hino contra a Sérvia?








"O uivo tem diversos objectivos.

Serve para comunicação entre os lobos, serve como forma de organizar e comandar um ataque a uma presa, serve para marcar território, etc.

Eles uivam também para mostrar felicidade. Pelo menos assim se diz :)

Como se pode ver o uivo é importantíssimo para a vida do lobo. Assim como as palavras o são para nós. Talvez mais!"

20070910

No tecido laranja, quase passava despercebida, não fosse a pele intensamente bronzeada em permanência. No cabelo, tinha as ondas do Tejo, que corria mesmo ao lado, que espelhava as luzes que queriam ser as estrelas do céu que acabava no tecto da carruagem.O contraste azul e branco das paredes que acabavam envidraçadas, quase reflectia a luz dos seus olhos.

Algo impossível.


O olhar dela tem o segredo que faz com que o reflexo não a reflita mas me faça reflectir, tem o segredo partilhado pelo pato que não faz eco ao gritar.
No brilho, leva de braço dado o sorriso contagiante da alegria dos artistas que partilham palcos de sonhos em cortinas de pano que os deixam passar...

São palavras descomplexas bem simples de entender que contam a história da Joana....À janela do comboio.Sem perceber desconfiando que cinco filas de bancos à frente alguém a caracterizava para passar (bem) o tempo

20070902


No Universo pontuado
desta ponte p'lo arvoredo
todos olham o relógio
de um ponto que meta medo


Por cá vamos fingindo
seguir o ponto cardeal
Tudo tudo, é permitido
mas só em caso pontual


Ainda cá se pontua,
não dando ponto sem nó.
Há pontes que não unem nada
E pontaria a ganhar pó


E nos pontos dos i's
da palavra "irradia"
há um ponto que diz:
"Pontuem-me esta poesia!

20070826

Olá...

Apenas um simples "olá" de maresia a cair numa pele nua.
"Olá" de arrepio fresquinho num dia, à noite, de Verão.
De amoras silvestres colhidas em silvas vegetais
que camuflam os silvos animais.

Um "olá"


...de saudade

20070812






Hoje vi alguém morrer

dito assim a frio parece mórbido

mas...não me custou nada!

Que tranquilidade.

A srª era já avançada na idade.

Comeu um pouco de maçã assada,

Abanou duas vezes um leque,

disse que tinha calor

e lá foi ela...

...para o sítio para onde se vai

quando se abanam leques.

Parecia cena de filme.


Será o filme real...e nós não vemos assim

porque não conhecemos.

A morte tem uma aura tão negativa!

Mas ali,naquela sala pairava calma,

tranquilidade...nada de negativo havia.





Obrigado por me ter deixado conhece-la!





Acidente Cardio Vascular


83 anos





*história verídica

20070807



Sempre sentado
A face
[pedra] baseada nas conchas das palmas
e na base dos dedos, que apoiados estão
nas dobradiças das pernas.
Esculpidos no testemunho de sedimentos milenares
.[pedra]
Ao lado. Alguém vergava as costas com um mundo
inteiro de
[pedra] peso…
Os apoios estavam lá, apesar do peso do apelo ser superior.
Porque divino já nada é,

e manda [pedra] quem mais pesa.
No mundo.

20070726



Os olhares de posse que lhe lançavam
pouco significavam, para quem nada significava.
Para quem nasceu verde de água,
nenhuma outra cor fazia questão de se atrever.
Todas as bolas de espelhos reflectiam
o que ele queria ver.
Ele era o topo da montanha que todos gostavam
de admirar.
E um, ao mesmo tempo que o admirava,
fê-lo prever que ia mudar.
Ia no topo da montanha,

a ver significado o seu reflexo preferido

...e tropeçou!

fotos originais José Calheiros ; Alexandre Costa

20070711


A vida tinha nascido para ser vivida pelas instruções
Ele, sempre seguiu, mesmo quando não concordava com as alíneas.
No meio do livro, foi desfolhar uma página
que já não podia ser desfolhada. Estava rota, saqueada…
Inventou ali, um viver desembaraçado de instruções
.

E a vida sem a maturidade do viver assim.
No modo de quebrar as regras encontrou apoiantes, que lhe simplificaram a vida.
Mas ele, tinha de descobrir sozinho, o quanto de tamanho,
significava aquele espaço que o rasgava.
Tentou voltar de vez em quando, a pegar no livro da vida instruída,

mas, jamais percebeu onde recomeçavam e onde se renovavam
As instruções que instruíam a vida que havia nascido para ser vivida

.

Fotos originais byFilipaandrade;Luis Miguel Mateus;Zé Pedro ;

20070707



É o uivo do lobo os ponteiros em sentido
o momento chegou alertado pelo perigo

A carne já está fraca a guerra bem eterna
Entre cada vão de escada Estão felinos, alerta.

Cerram-se fileiras adivinhando intenções
agrupam-se as armas para maltratar sensações

Revelam-se os segredos em cada toque dos trompetes
emaranham-se os reis, duques, damas e valetes.

Ao ritmo da caixa em vaivéns desmedidos
inimigos dos inimigos gritam prazeres proibidos

Os despojos caem lestos lá no campo da vitória
a guerra corre solta deixando orgasmos para a história

Não há bandeira branca para marcar quem desiste
tudo geme, tudo grita a guerra ainda resiste


...e nenhuma vai ganhar
imagens: ABrito Johannes Marta Ferreira Ugly in olhares.com

20070703








Adormeceu num sonho vazio
sem moldura que o encaixasse.
Viu o reflexo do silêncio,
no vidro em que cortou.
Do outro lado, foi desenhando promessas
e o sonho foi enchendo sem que quisesse.
O sangue ia sujando a colcha
rendada pelas mãos da avó.
E apagando as promessas
que ela não queria cumprir.
Perto do quadro d’O Grito
viu um vulto de passagem.
Nem se apercebeu da imagem da miragem.
Na quietude nublada que se mostrava a si
algo a enganava ou ela enganava-se ali
.

20070628


Partiu na madrugada, sem deixar a direcção.

O vento que a acompanhou, susurrou-lhe solidão

Num gozo quase bíblico, os pinhais erguiam agulhas.

Desafiando outras partidas em tais noites de loucuras.

A estrada companheira seguia os passos secos

e as pedras vestiam ervas, abafando todos os ecos.

O destino era o sonho de velocidade em riste.

Seguia pela sua mão para não haver despiste.

A estranha dona do lago foi quem a viu passar.

já sem roupas, já sem nada,nem língua para perguntar.

-"Continuou estrada fora..." -disse um pajem ao parar -

"lá fora está sempre frio mesmo em noites de luar!"

Aqueceu-se à beira rio e comeu um peixe que pescou.

Nunca mais ninguém a viu não percebi nada do que se passou.

20070625


Diziam que ela ouvia,
ninguém acreditava na sua surdez.
De inicio apenas desconfiavam
mas ela sabia de cor as paixões e sofrimentos.
Sabia quando a maré subia

e a que horas os salmões desafiavam o vento
Como podia ser surda de nascença?

A verdade troca o saber,
pelo sabor, para não perder o tacto...
...nem o tecto.
Porque a verdade
não mora em casa de ninguém
Apenas lá pernoita!


Passa lá pouco tempo,
Para não se dar a conhecer.
Nem se instalar!

Mesmo gritando alto a surdez que incomoda quem a ouve chegar.
A verdade é só uma e nunca ninguém a questionou.
Porque ela é inquestionável…só por lá pernoita

20070622



Os lábios ondulavam
um degradê fingido
da cor da água do mar.
Enquanto os braços
que o acolhiam eram puxados
contra o corpo em favor da maré.


O pedaço de alma enterrava-se nele
e ele gemia gemidos gementes
e mordia os lábios
cerrando os dentes


Desenhado o corpo
por cortes de unhas verticais, (e deitadas)
o ritmo era marcado pela madeira
num gemer de gemidos gementes...




os lábios
o corpo
a maré...




ai e em
vem e vai
vê e vem




20070617



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Eras tu a gritar de olhos fechados
by ABrito


como se eu fosse o espirro que se ouve
no eco do precipício e
bate na pele das rochas.

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E eu a sonhar de olhos abertos
como se tu fosses...


by António Louro

...ou te viesses

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