
A cama está vazia. Eu entro e tento em vão, abafar a dor com o resto da roupa, com o resto da pele e com o resto do que resta…
Este sentir de restos em sobras que teimam em subsistir, não valem metade do sentir, que é a tua presença na minha cama, na cama preenchida pela metade que ficou, pela tua metade que ficou na nossa cama e que responde por mim… ou tenta responder. De tão longe, de entre caminhos e remorsos e vales de culpas, a pergunta é feita de tão longe, que não respondo por mim nem responde por mim…
Quase que te sinto, neste estado de quase sono…o sonâmbulo que há na metade de ti que cá ficou. Quase que te sente.
Lá fora, há estampidos de novo ano e saltinhos de bons desejos.
Ainda agora começou e tu já te foste embora!