20070628


Partiu na madrugada, sem deixar a direcção.

O vento que a acompanhou, susurrou-lhe solidão

Num gozo quase bíblico, os pinhais erguiam agulhas.

Desafiando outras partidas em tais noites de loucuras.

A estrada companheira seguia os passos secos

e as pedras vestiam ervas, abafando todos os ecos.

O destino era o sonho de velocidade em riste.

Seguia pela sua mão para não haver despiste.

A estranha dona do lago foi quem a viu passar.

já sem roupas, já sem nada,nem língua para perguntar.

-"Continuou estrada fora..." -disse um pajem ao parar -

"lá fora está sempre frio mesmo em noites de luar!"

Aqueceu-se à beira rio e comeu um peixe que pescou.

Nunca mais ninguém a viu não percebi nada do que se passou.