Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte-
que é uma questão
de vida ou morte
- será arte?
Ferreira Gullar
Serve este poema para me dar a conhecer,assim como à foto que ilustra este blog.
... a encerrar um capitulo de vida?
... a partir de hoje serei um novo homem?
Nada disso.Não pensem coisas...
...apenas porque me apeteceu.